Transcrevo a crônica de Martha Medeiros, publicada na ZH do último domingo, dia 30 de outubro, como forma de compensar minha ausência em mais um evento da EA.
E, concordo com a Martha, esta é uma campanha para ser estendida para além de Outubro.
MAMOGRAFIA
Martha Medeiros
Fiz minha primeira mamografia aos 39 anos. Cheguei na clinica sem saber direito do que se tratava.
Achei que o exame era parente das tomografias computadorizadas e que eu ficaria à disposição dos médicos por muitas horas. Coragem.
Foi quase uma decepção. O exame leva poucos minutos. A funcionária da clínica tira duas radiografias do seio esquerdo e depois duas radiografias do seio direito. Mais uns minutos aguardando para avaliarem se o procedimento foi bem realizado ou se será preciso repetir, e, não precisando, pode colocar sua roupa e adeusinho, passe bem.
Só isso?
É rápido e indolor, mas não é só isso. É tudo isso. Tudo o que uma mamografia significa: a diferença entre a vida e a morte, por mais dramática que esta frase possa soar. Em pouco tempo, o resultado estará em suas mãos e, com sorte, você não terá nada, saúde perfeita. Eu fiz umas quantas mamografias depois da primeira, e o resultado foi sempre positivo.
Com menos sorte, mas com sorte ainda, você talvez descubra um pequeníssimo nódulo, e o fato de tê-lo descoberto tão cedo dará a você a chance de extraí-lo sem maiores traumas e tocar sua vida normalmente.
Mulheres que tem condições de marcar hora numa clinica particular não o fazem por preguiça, pois informações temos tido bastante, inclusive estamos encerrando o Outubro Rosa, uma iniciativa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio a Saúde da Mama (Femema), que visa conscientizar as mulheres da importância de se prevenir contra um dos cânceres que mais mata no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul.
Mas, infelizmente, a maioria das mulheres não pode ir a uma clinica, tendo que recorrer ao SUS. Por isso, reivindicamos aos órgãos públicos maior sensibilização quanto à necessidade de se adquirir novos equipamento e consertar aqueles que estão estragados, a fim de que a mamografia seja uma exame tão corriqueiro quanto tirar sangue num laboratório. Mamografia não é luxo. É um direito.
São esses os passos para diminuirmos os índices alarmantes de mulheres que morrem de um câncer que poderia tranquilamente ser curado. Primeiro: que todos os hospitais e postos de saúde tenham o equipamento funcionando para que possam atender dezenas de pacientes todos os dias, já que é um exame que não toma muito tempo. Segundo: que as próprias mulheres se interessem mais pelo assunto e não entreguem seu destino nas mãos de Deus. Há diversas razões que levam ao óbito, e a pior delas é a morte por ignorância.
Outubro Rosa é só o nome de uma campanha, mas pode se estender para novembro, dezembro, janeiro. E Você nem precisa gostar de cor-de-rosa. Mais importante do que ser identificada como uma mulher feminina é ser identificada como uma mulher inteligente
Faça já.
Valeo, Leo!( desculpe o trocadilho infame!)
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